Arthur Maia se posiciona contra Hospital Regional em Santa Maria da Vitória

Por que o deputado federal Arthur Maia (SD) se posicionou contra o Hospital Regional em Santa Maria da Vitória? Ao certo não tenho condição de responder essa pergunta, mas podemos tentar encontrar uma resposta na simples analise da votação que o político teve nos onze municípios do Território de Identidade da Bacia do Rio Corrente.

Nas redes sociais, o parlamentar – que é o relator da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados – fez criticas a decisão do governador Rui Costa de construir um hospital regional em Santa Maria da Vitória-BA.

Em um vídeo ao lado do vereador lapense, Neto Magalhães, o deputado afirma que não é justo que o hospital regional seja tirado de Bom Jesus da Lapa. “Eu quero dizer com toda clareza, a tristeza que eu tenho vivido nos últimos dias ao ter notícia de que Bom Jesus da Lapa, apesar de ser muito maior que Santa Maria da Vitória, teve o hospital regional tirado da nossa terra e levado para Santa Maria da Vitória”, afirma Arthur Maia.

O posicionamento causou muita indignação entre os moradores da Bacia do Corrente, principalmente, em Santa Maria da Vitória, São Félix do Coribe e Correntina. Os comentários mais comuns diziam que o parlamentar não tem nenhum compromisso com a região e que o povo teria que dar uma resposta nas eleições do ano que vem. Ao mesmo tempo, vários comentários na página do deputado apoiam a critica feita e defendem a construção do hospital na Lapa.

Pena que o deputado fez confusão a colocar Santa Maria da Vitória na mesma região que Bom Jesus da Lapa, apesar de apenas 90 km de distância, as duas cidades estão em territórios diferentes e não fazem parte da mesma região, portanto não se trata de disputa entre o Hospital Regional, e sim do atendimento de uma demanda reprimida de mais de 200 mil habitantes da Região da Bacia do Rio Corrente.

Bom Jesus da Lapa é a mais importante cidade do Território de Identidade do Velho Chico, composto por 16 municípios. Fazem parte da região, Brotas de Macaúbas, Matina, Oliveira dos Brejinhos, Barra, Bom Jesus da Lapa, Carinhanha, Feira da Mata, Ibotirama, Igaporã, Malhada, Morpará, Muquém de São Francisco, Paratinga, Riacho de Santana, Serra do Ramalho e Sítio do Mato. Ao todo, a população soma cerca de 370 mil habitantes.

Votação na Bacia do Corrente

Para tirar a prova dos 9 e entender um pouco mais dessa história, fiz um levantamento da votação de Arthur Maia nos 11 municípios da Bacia do Corrente e para minha surpresa, a votação dele diminuiu consideravelmente em 2014, comparada com as eleições de 2010.

Mesmo assim, Arthur Maia recebeu 3.265 votos em todos os municípios da Bacia do Rio Corrente. Mas se comparado com a votação de 2010, o deputado perdeu mais do que ganhou. 3.684 pessoas deixaram de votar nele nas últimas eleições para deputado federal. Em 2010, o político contou com quase 7 mil votos na região (6.949 votos) e já em 2014, o número caiu para, os já mencionados, 3.265 votos.

Em contrapartida, somente em Bom Jesus da Lapa nas eleições de 2014, Arthur Maia teve 5.146 votos, se colocar na balança, Sítio do Mato, Serra do Ramalho, Ibotirama, Riacho de Santana, Caetité e Guanambi, o número de votos obtidos chega a 20.169 votos, ou seja, 21% dos votos que Arthur Maia em 2014 vieram desses sete municípios. O fato é que, Arthur Maia pode escancarar mesmo que depende de votos da Bacia do Corrente para ser eleito. Se não tivesse tido nenhum voto na região em 2014, mesmo assim seria eleito Deputado Federal. Por esse ponto, pela estratégia política, Arthur Maia sempre foi representante político da região de Bom Jesus da Lapa, ele se aventurou na região de Santa Maria, mas pelo jeito a estratégia não deu muito certo.

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral – TSE

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