BR 349: Bastou apenas 15 minutos para ficar no prego

 BR 349: Bastou apenas 15 minutos para ficar no prego

Os buracos já começaram a aparecer no inicio da BR 349.

No último dia 4 de junho, feriado de Corpus Christi, peguei a entrada com destino à Santa Maria da Vitória. Já haviam me avisado que o trecho entre o trevo da BR 020 e a BR 349 tinha muitos buracos, mas eu não imaginava que seria vítima de um deles. Foram necessários apenas 15 minutos para o carro ficar no prego.

Logo que entrei na BR 349 liguei o celular e comecei a gravar. A ideia seria usar o vídeo para demonstrar a situação das pistas. No entanto, a história que vou contar para você agora é bem mais que uma análise da situação da estrada é o relato de quem sofreu pela má qualidade do asfalto, omissão do Estado.

Ao parar o carro percebi que o estepe estava vazio. A sorte foi que consegui levar o carro até a entrada de uma das fazendas da região, que acabou servindo de acostamento. Além da buraqueira, a BR 349 não tem acostamento, o que já é um perigo enorme. Comigo estava meu filho Lorenzo de cinco anos, minha sobrinha Letícia de sete, minha irmã Morgana e minha amada Silvana.

Não tive outra escolha a não ser tentar carona para o Posto Rosário na esperança de encontrar uma borracharia aberta, já passava das 17h e logo iria escurecer. Para minha sorte, o primeiro carro que acenei parou. Eram dois funcionários de uma das várias fazendas que existem na região.

– E aí, tudo bem? Será que vocês podem me ajudar. Meu carro furou o pneu e preciso ir até o Rosário para ver se consigo resolver o problema.

– Mas nós só vamos até o trevo, se quiser ir entra ai.

– Pode ser, de lá eu arrumo outra carona e chego lá.

Estavam no carro o Ricardo e o Patrício. Assim que eles descobriram que o pneu estava apenas vazio, fizeram o retorno e me levaram para uma fazenda próxima para encher.

Na oficina da fazenda quem me ajudou foi um senhor chamado Lourival, de forma muito prestativa e depois de um tempo para resolver o problema no compressor de ar, ele conseguiu encher o pneu. Mas logo percebemos que estava vazando por uma das extremidades. Era a roda que estava amassada de um lado. Mas, bastou algumas maretas para, aparentemente, ficar tudo certo.

Voltei para o carro, e mais uma vez contei com a ajuda do Patrício e o Ricardo. Eles me emprestaram o macaco, o meu estava com defeito. Rapidamente coloquei o estepe e segui viagem para o Posto Nova Itália, que estava a cerca de 50 km. Fui informado que lá tinha borracharia.

Com medo que pegar outro buraco não passei dos 60 km/h. Com o coração na mão, pois já era noite, eu fui bem devagar para evitar um novo problema com os buracos. Enfim, consegui chegar ao posto e achei a borracharia funcionando. Quem me atendeu foi o Dílson. Chegamos lá era por volta das 19h30 e ele estava jantando ali mesmo numa cadeira de balanço vermelha no meio da oficina. Ele fez sinal que iria interromper o jantar para me atender, na hora, falei que não precisa e que ele poderia terminar de jantar sem problemas.

Dilson mora no povoado de Arrojelândia, que fica a cerca de 20 km do Posto Nova Itália.
Dilson mora no povoado de Arrojelândia, que fica a cerca de 20 km do Posto Nova Itália.

Não demorou muito e o borracheiro Dílson pegou firme no serviço. O estepe que tinha colocado com a ajuda do Ricardo e Patrício já estava quase vazio, estava apenas com 16 libras. Ele arrumou a roda com a qual eu tinha caído no buraco e em seguida resolveu o problema do estepe. Como a Roda tinha amassado muito, e mesmo após com o pneu cheio, preferi deixar o estepe mesmo no carro e deixar a roda para reserva. Eu tirei tanto as malas do carro que decorei a posição de cada uma delas, lá foi eu mais uma vez arrumar o porta-malas. Coloquei tudo dentro e pegamos estrada.

Após uns 30 quilômetros de estrada, parei para tentar ajudar um carro parado na pista. Era um pálio, também, e o cara tinha estourado dois pneus de uma vez num buraco enorme. Não pensei duas vezes, e lá fui eu tirar todas as malas do carro para emprestar minha roda reserva para ele. O casal Luiz Otávio e Mel estavam vindo de Goiânia com destino à Santa Maria. No carro estavam o filho deles, o garotinho Otávio e os avós.

Como a pista não tinha acostamento, resolvi pegar estrada após confirmar se estava tudo certo. Graças a Deus, mesmo sem estepe algum, consegui chegar em Correntina. Logo que estacionei o carro no Auto Posto Precioso do Oeste, que fica na entrada da cidade, o Luiz Otávio chegou logo em seguida. Fiquei aliviado em ver que estava tudo bem com eles. Alívio!

De Correntina para Santa Maria, nosso destino final, a situação não era nada boa. Tinha tantos buracos que nem dava para contar. Devagar e dirigindo com muito cuidado, depois de uma maratona dessa, chegamos na casa dos meus país por volta das 22h30 para alivio dos meus país que estava muitos preocupados com o nosso atraso.

A viagem de volta

O pior trecho da estrada fica no raio de 50 km do Posto Nova Itália. Como na ida passei por esse pedaço da estrada á noite, só pude filmar o trecho ruim na viagem de volta. Veja o vídeo abaixo:

Recuperação

Segundo informações da Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia, uma empresa foi contratada para operação tapa-buracos na BR 349 do município de Correntina ao trevo de acesso ao Posto Rosário (BR 020). Mas, o serviço foi apenas iniciado e até esta última segunda-feira (8) não tinha retomado as obras. Apenas um pequeno trecho de Santa Maria à Correntina foi recuperado.

Até que essa bendita empresa conclua o trabalho de recuperação da BR 349 será preciso tomar bastante cuidado evitar mortes na rodovia e o que sobra é revolta de constatar a incompetência do Estado em oferecer seguranças aos motoristas que passam pela BR 349 todos os dias.

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