Petrobahia anuncia investimento de quase R$ 1 bi em 1ª biorrefinaria de etanol de milho da Bahia
A Bahia ganha uma biorrefinaria de classe mundial, no estado da arte em tecnologia para a produção de etanol. Será a primeira do estado a fabricar álcool a partir do milho, num sistema integrado de produção de energia e alimentos. O anúncio oficial será feito pelo presidente da Petrobahia, Thiago Andrade, no dia 7/3, durante a AgroRosário, segunda maior e mais importante feira agrícola do estado, que acontece no município de Correntina. Trata-se de um investimento da distribuidora, em parceria com a Impacto Bioenergia, a J&H Sementes e a ICM, entre outros produtores importantes da região.
Segundo Andrade, o investimento global do projeto de R$ 908 milhões está dividido em R$ 520 milhões para a construção da unidade de processamento, R$ 120 milhões para estocagem de milho e R$ 268 milhões na planta para a cogeração de energia. O projeto Farol, na sua primeira fase, terá como ênfase a conversão de milho em etanol e insumo para produção de ração animal.
O Projeto Farol vai produzir o etanol anidro e hidratado, óleo de milho, DDGS (material proteico que serve de insumo para a produção de ração para gado bovino, suínos, aves e peixes) e CO2 biogênico. A unidade contará com tecnologia ICM e será operada pela Impacto Bioenergia, com previsão de início de operação no segundo semestre de 2026. A sua localização será entre os distritos de Rosário e Brejão, região limítrofe entre os municípios de Correntina e Jaborandi, próximo ao estado de Goiás.
Hoje, a Bahia importa 80% de todo etanol, anidro e hidratado, que consome, seja de Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco ou Alagoas. Os 20% restantes são produzidos no território baiano pela Agrovale, Santa Maria e Bahia Etanol (BEL). Só a primeira fase do Projeto Farol representará o atendimento a 20% da demanda da Bahia. A segunda etapa do projeto vai dobrar a planta, o que representará mais 20% de produção local de etanol. Com as duas fases, o Farol irá produzir 40% da demanda baiana atual por etanol.
Planta autossustentável
A geração de energia para operação da unidade será por autogeração. “Do ponto de vista de sustentabilidade, os produtos que serão fabricados na Farol, a exemplo do CO2, óleo vegetal e etanol, são todos matérias-primas para a produção de biocombustíveis de 2ª geração: diesel renovável (HVO), e-metanol e o querosene de aviação sustentável (SAF)”, informa o presidente da Petrobahia, Thiago Andrade.
Localizada no Oeste da Bahia, a planta terá2 capacidade, na sua primeira fase, de processar 600 mil toneladas de milho e produzir 258 mil m3 de etanol anidro por ano, além de 180 mil t/ano de DDGS e 9 mil m3/ano de óleo de milho para fins industriais. O DDGS é material proteico que serve de insumo para a produção de ração para vacas, cavalos, porcos e aves, resultante da produção do etanol do milho. Este coproduto é fonte de nutrientes contendo proteínas/aminoácidos, energia, minerais (em especial fósforo), vitaminas (principalmente hidrossolúveis) e substâncias imunoestimulantes, a exemplo dos glucanos.
As plantas que usam a tecnologia ICM produzem coletivamente 33,5 milhões de m3 de etanol/ano. Nenhuma outra marca atende mais produtores de etanol no mundo. No processo produtivo, o amido do milho será convertido em etanol, enquanto as proteínas, gorduras e fibras permanecerão no óleo de milho e no insumo para rações proteicas (DDGS), excelente para a produção de aves, suínos, bovinos e peixes.
Fundada em 1996, a Petrobahia foi uma das primeiras distribuidoras regionais a entrar em operação no país, sendo hoje uma das 10 maiores do Brasil, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Além da matriz em Salvador, a empresa dispõe de 18 unidades de distribuição com atuação em 15 estados, nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Suas parceiras no projeto Farol são a Impacto Bioenergia que tem desenvolvido, desde 2015, projetos na área de geração de energia elétrica e de biocombustíveis; a J&H Sementes que, atualmente, produz sementes de alta qualidade para o cultivo da soja e algodão; e a ICM, empresa com sede em Colwich, Kansas (EUA), que fornece tecnologias, soluções e serviços inovadores para sustentar a agricultura e promover a energia renovável.