Greve da Educação de Santa Maria completa uma semana sem solução
Se por um lado o governo municipal de Santa Maria da Vitória alega que não tem dinheiro para pagar os profissionais da Educação até o 5º dia útil do mês, os trabalhadores não estão mais dispostos a ficar com os salários atrasados todo mês sem uma explicação convincente. Desde o último dia 14, porteiros, merendeiras, zeladoras, auxiliares de creche, professores e demais trabalhadores da categoria decidiram, em assembleia, entrar em greve para exigir uma solução para o problema. Entre passeatas, mobilizações e movimentos na Prefeitura e na Secretaria de Educação Municipal, eles pedem uma explicação ao governo municipal sobre os atrasos.
Segundo informações publicadas na página oficial do APLB/Sindicato, os salários dos demais trabalhadores, que representam os 40% da folha, foram pagos na manhã desta segunda-feira (21). Com uma negociação em curso, a liberação dos salários não resolve e apenas empurra para o mês que vem o problema. Na avaliação da presidente de sindicato, Edina Moreira, as tentativas de entendimento com a prefeitura vão continuar até que uma solução definitiva seja assegurada.
“Nos estamos lutando para saber para onde o dinheiro está indo. Eles colocam os gastos gerais, mas não especificam. Só sabemos o valor das folhas de pagamento de 60% e de 40%, mas nada. Quando num mês entra menos, no outro o valor é maior e supera o anterior. Se tiver corte de gastos, acreditamos que é possível pagar o pessoal efetivo no dia certo. Queremos que eles mostrem que gastos são esses para a gente saber o que é mesmo, o que está acontecendo. É preciso saber se essas despesas são realmente necessárias, porque se for preciso nós vamos entender e ajudar a buscar uma saída”, destacou Edina Moreira.
Logo após a greve de agosto, representantes do Sindicato estiveram reunidos com o prefeito Amário dos Santos Santana (PT) e acertaram que seria apresentada uma planinha com o detalhamento das despesas municipais com Educação. De acordo com a presidente da APLB, uma reunião foi agendada com a categoria para que o Poder Executivo Municipal justificasse os atrasos. No entanto, no dia 10, a secretaria de Finanças informou que não teria como fazer a reunião porque a planilha não tinha ficado pronta. A categoria resolveu entrar em greve. Sem qualquer comunicação, um dia depois, na terça (15), os professores efetivos receberam os salários. mas continuaram de greve para cobrar transparência dos gastos com a Educação e garantir o pagamento dos demais trabalhadores que, ainda, estavam sem salários.
Na quinta (17), graças a intervenção dos vereadores Benilson Ataíde, Clay Sidney e Ivanildo Leão, uma nova reunião foi feita com a secretaria de Educação, Vera Muniz. No entanto, foi informado que o levantamento tinha sido concluído, mas somente o secretario de Educação poderia apresentar o documento ao sindicado. A justificativa utilizada foi de que ela não poderia intervir no trabalho de outra pasta. Como o secretário de Educação estava viajando, o impasse continuou sem solução.
Somente na sexta-feira (18), foi possível conversar com o secretário de Educação, Luiz Ricardo Pereira. Mas, ele afirmou que não poderia decidir sobre a apresentação da planilha e que essa era uma função da Secretaria de Finanças. Luiz Ricardo, então, fez um documento para a colega Vera Muniz informado que a greve era legal, no qual solicitou uma explicação da área financeira da prefeitura. Um acordo foi feito para suspender a greve. Para isso, foi marcada mais uma reunião com todos os trabalhadores da Educação para que a prefeitura pudesse detalhar as despesas e receitas dos recursos. Porém, ninguém do governo municipal apareceu e a greve continuou.
O fato é que o pagamento dos salários não resolve o problema. Uma solução precisa ser apontada nesse impasse entre os servidores e trabalhadores da Educação de Santa Maria da Vitória (BA), o que não pode é continuar com os recorrentes atrasos na folha de pagamento, os profissionais com dificuldade de pagar as contas e os alunos prejudicados. Se não tem como pagar até o 5º dia útil, que a prefeitura fundamente os motivos e busque junto com a categoria uma solução para o problema.
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