Ecoturismo: Um novo olhar sobre o cerrado baiano

 Ecoturismo: Um novo olhar sobre o cerrado baiano

Considerada uma das regiões mais ricas e promissoras do Brasil, a Bacia do Rio Corrente possui características naturais jamais encontradas em lugar algum do mundo, situada no oeste da Bahia, desenhada por uma transição de biomas (cerrado, caatinga e floresta estacional) e grande potencial hídrico, tornam sua fauna e flora elementos singulares na composição deste paraíso.

É natural que pessoas com o perfil voltado para sustentabilidade queiram sempre tornar o mundo cada vez melhor. Durante suas viagens os adeptos ao Ecoturismo, Turismo de Aventura e Turismo de Base Comunitária, buscam sempre lugares onde a tecnologia, concreto e pseudo-desenvolvimento ainda não chegaram. Nestes locais, os recursos usados durante os passeios são convertidos e aplicados de forma direta e indireta na comunidade visitada, fazendo prosperar a economia local.

Falando ainda sobre o perfil dessas pessoas, principalmente, aqueles que buscam viver experiências cada vez mais intensas nos locais que visitam, podem até contribuir com parte do seu tempo para atividades voluntárias, ajudando a comunidade na sua rotina diária.

Bóia Cross, um dos serviços oferecidos pela Agência Ribeira. Cachoeira da Zumba, Correntina-BA

A solução está na atitude social

A solução para minimizar os rastros negativos do ser humano está bem debaixo de nossos pés. Estamos vivendo uma tendência mundial, onde as pessoas estão fugindo das grandes cidades e das férias convencionais, buscando locais de natureza intocada, montanhas, vales e cachoeiras, dando maior importância às experiências que estes lugares podem proporcionar.

Comunidades, como as que temos por toda extensão da Bacia do Rio Corrente, possuem atrativos naturais e culturais, devem se atentar ao momento vivido, e ver os seus recursos naturais como fonte de renda do Turismo, além dos picos maravilhosos, as manifestações culturais e o dia a dia dos nativos, podem se transformar em produtos e serviços ofertados para os visitantes. Moradores podem se transformar em guias de turismo, descobrindo que esta nova alternativa de renda depende exclusivamente dos seus esforços para conservação do local onde vivem.

Buriti (Mauritia flexuosa)

Em abundância no Cerrado, o Buriti é uma excelente fonte de matéria prima para uma infinidade de produtos que podem ser aprimorados se necessário e comercializados para os turistas. vejam só algumas possibilidades de ofertas que podemos labutar no Cerrado Baiano.

Fruto do Buriti, típico do cerrado do Oeste Baiano

Com grande valor nutricional, sucos, doces, licores, óleos podem ser ofertados, de modo que o turista possa levar na bagagem o sabor do cerrado e na lembrança o gostinho de quero mais. Além da gastronomia, o Buriti possibilita a produção de várias peças de artesanato, por meio de fibras extraídas das suas folhas, móveis também podem ser construídos.

Artesanato produzido através da fibra de Buriti

Além dos produtos, serviços também podem ser ofertados com o surgimento de agências receptivas de ecoturismo, dando oportunidades para o guias locais conduzirem passeios de contemplação da fauna e flora, trilhas de mountain bike, visitação de cachoeiras, grutas e cavernas, rafiting, bóia cross e outros.

É importante lembrar que a prática das atividades de ecoturismo e turismo de aventura só podem ser feitas por agências e guias credenciados, que seguem as exigências dos órgãos reguladores do segmento turístico, como Ministério do Turismo, ABNT e ISO.

Trilha de mountain bike, um dos serviços oferecidos pela Agência Ribeira. Margem do Rio Correntina em Correntina-BA

As possibilidades são diversas e precisam ser descobertas e desenvolvidas. Você já pensou nisso? Já pensou em atuar com Ecoturismo na região e contribuir com o desenvolvimento sustentável e garantir herança cultural e ambiental para as futuras gerações?

O Agronegócio está no meio

O oeste da Bahia é uma das regiões mais ricas e promissoras do Brasil, mas agora, pasmem:  é tida pelo Governo como a “menina dos olhos” na expansão econômica do País, pelo Agronegócio. Sim, isso mesmo, com todos os indicativos propícios ao desenvolvimento sustentável da região, o modelo econômico que impera é o agronegócio, o benefício a beira do precipício.

No Brasil temos várias cidades que vivem inteiramente do Ecoturismo, Pirenópolis-GO, Bonito-MS, Brotas-SP, Três Coroas-RS. Fora daqui, um grande exemplo de preservação, e desenvolvimento é a Costa Rica, que pela popularização do Turismo criou vários parques nacionais e reservas, constituindo um enorme reduto verde de preservação da vida selvagem. Porém, tais mudanças de comportamento e busca pelo desenvolvimento sustentável só foram possíveis depois que provada a eficácia do Turismo em cada região.

Bóia Cross, um dos serviços oferecidos pela Agência Ribeira. Rio Correntina

Além de guias de turismo, várias empresas podem se beneficiar com o Ecoturismo, donos de restaurantes, hotéis e pousadas, artesãos, e vários outros serviços que podem surgir. Se conseguirmos impulsionar a economia com serviços como estes, podemos estimular o governo a olhar com outros olhos para os recursos naturais desta região, provocando modificação nas Leis Ambientais, que são muito permissivas, e direcionando investimentos para a estruturação do Turismo na região.

Nós somos frutos das experiências que vivemos. Em locais onde a natureza ainda prevalece, temos uma forma de viver mais simples, isso de certa maneira influencia o Ecoturista, que pode levar para suas rotinas, novos hábitos e percepções que contribuam para a formação de uma sociedade ecologicamente correta. Na contra mão, os moradores das comunidades visitadas são remunerados, dando-lhes capacidade de buscar mais educação, aumentando sua compreensão sobre questões globais que envolvem o segmento que atuam, por meio de intercâmbio cultural as duas partes se beneficiam.

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