Maradona deixa prisão, mas é afastado do cargo

 Maradona deixa prisão, mas é afastado do cargo

Maradona

Maradona está no segundo mandato de vereador e foi eleito presidente da Câmara neste ano por falta de consenso da base aliada do governo (Reprodução:Facebook)

Após 21 dias presos, o presidente da Câmara de Vereadores de Correntina, Wesley Campos Aguiar (Maradona) e os servidores Hugo Neves dos Santos e Cleuzinete de Souza Sales deixaram a cadeia de Santa Maria da Vitória, nesta quarta-feira, dia 15 de novembro.

No entanto, a juíza plantonista do 2º Grau de Salvador, Marivalda Almeida Moutinho, afastou eles dos cargos/funções públicas, proibiu qualquer contato com os demais investigados, de sair de casa durante a noite e aos finais de semana e, inclusive, de frequentar as instalações da Câmara Municipal por um período de 1 ano.

O advogado criminalista, Rogério Oliveira Andrade, que atua na defesa dos investigados, afirmou que a decisão de afastar Maradona do cargo foi indevida. “O afastamento do cargo não havia sido requerido pelo MP e nem determinado pelo Juiz de Primeiro Grau, daí a razão ao cabimento da reconsideração da medida, a qual não declara a perda do cargo de vereador, mas tão somente o afastamento provisório da presidência”, afirmou.

Andrade esclareceu que já está preparando recurso contra a parte da decisão que afasta o cliente do cargo de vereador e ressalta que Maradona participará da sessão da Câmara de Vereadores na próxima terça-feira, dia 21 de novembro. “Os meus clientes são inocentes e vamos comprovar isso no processo judicial”, frisou.

Já Erickson Linces Santos, conhecido como Kinho, continua na prisão porque durante a operação encontraram na casa dele, cerca de 40 pacotes de cocaína e uma balança de precisão, o que configura tráfico de drogas. Para ser solto, a juíza determinou o pagamento de fiança no valor de 25 salários mínimos (R$ 23.425,00).

Além do pedido de relaxamento das prisões, o advogado solicitou a remessa do processo para Comarca de Correntina, instância que teria competência de julgar as acusações do Ministério Público. Mas, a juíza negou o pedido afirmando que ainda é muito prematuro decidir sobre o assunto.

Na decisão, a magistrada explicou que os investigados não oferecem nenhuma obstrução às investigações e também justificou a emissão do alvará de soltura com base na demora da análise do pedido feito à Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organizações Criminosas de Salvador, desde o dia 7 de novembro e sem julgamento.

Operação Último Tango

Deflagada no último dia 26 de outubro pelo Ministério Público da Bahia, por meio Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a operação prendeu o presidente da Câmara de Vereadores de Correntina, Wesley Campos Aguiar (Maradona – PV) é demais vereadores Jean da Guarda (PP) e Miltão (PCdoB). Nelson Carinha (PRB) e Babado Pimenta (PCdoB). No dia seguinte, o vereador Wil, que estava em Brasília, se apresentou ao MP. Outras três pessoas, incluídos dois servidores da Câmara, foram presos também.

Eles são acusados de formação de organização criminosa contra a Administração Pública, fraudes em Licitação da Câmara Municipal e desvio de verbas públicas. Uma das acusações trata do recebimento de propina para aprovação de projetos no legislativo. Na casa do presidente da Casa, Wesley Campos Aguiar (Maradona) foram encontrados 10 cheques de R$ 50 mil da Prefeitura Municipal.

O Ministério Publico ainda não apresentou denúncia contra os acusados, o que deve ocorrer nos próximos dias. As prisões foram feitas durante o trabalho de investigação e serviram, segundo os promotores que atuam no caso, para concluir as provas no processo.

 

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