Não adianta trocar o prefeito se os caminhos continuam os mesmos
Com a aproximação das eleições municipais é natural que o debate, nas ruas de Santa Maria da Vitória, se volte para a política. As conversas são alimentadas, principalmente, pelos constantes atrasos de salários dos funcionários da prefeitura, a falta de dinheiro para manter a UPA e os demais serviços de saúde no município, os estragos provocados pelas fortes chuvas de janeiro e o cancelamento do Carnaval.
Na terceira semana de janeiro, as águas do Rio Corrente ocuparam todo centro da cidade, causando transtornos para os moradores e comerciante da região. O prefeito, diante da situação, decretou situação de Calamidade Pública. A medida além de dispensar licitação nos próximos seis meses para obras e serviços relacionados, possibilita o envio de recursos do Ministério da Integração Nacional.
Fora isso, lagoas se formaram nas ruas sem pavimentação e uma cratera enorme foi aberta pelas fortes chuvas na entrada da cidade. Isso sem contar com a situação critica das estradas da zona rural, muitas comunidades ficaram ilhadas sem condição de transporte. O fato é que as estradas já estavam ruins, sem manutenção e a situação foi agravada pela quantidade enorme de água enviada por São Pedro.
Todos esses problemas se juntaram aos que já existiam. A falta de dinheiro nos cofres da prefeitura, professores e funcionários com salários atrasados, UPA quase fechada e unidades de saúde funcionando em situação precária completam as dificuldades que o prefeito e sua equipe de secretários têm enfrentado. Como se não bastasse, uma tampa de esgoto estourou no centro da cidade – aliás, esse tema é assunto para outro post aqui no Matutar. O que falta acontecer? Eu não sei. Duvido que você também tenha alguma ideia. O que sinto que a situação pode piorar cada vez mais, infelizmente.
A tendência diante do caos político é que a população, num ato de clamor por mudança, aposte todas as fichas num único jogador, acreditando que ao trocar o prefeito a situação voltará a sua normalidade e a cidade, enfim, será bem cuidada e caminhará para as solução de todos os problemas. Mas a banda não toca essa música e o som que sai limpo na campanha começa a ser ouvido com muitos ruídos durante o mandato. Mas porque isso se repete a cada eleição, você consegue explicar? Dê uma pausa na leitura e volte seu pensamento para essa questão.
Há duas situações: o primeiro que configura o prefeito eleito pelo clamor popular por mudanças. Ele entra limpo, sem amarras, mas no decorrer da estrada acaba deixando a banda podre tomar de conta do quintal e tocar o terror conta o povo; o segundo é aquele que já entra amarrado com os financiadores da campanha e não tem compromisso com os problemas do município e a boa gestão, voltada para a melhoria continua da qualidade de vida da população. Mas, assim não tem saída, o que será de nós? – pergunta você num tom de integração enorme.
Como uma teia de cordas bem amarradas, outros personagens corroboram com esse cenário de descaso com a “coisa pública”. Então entre as causas, a omissão dos vereadores diante dos erros na gestão municipal, a falta de interesse da maioria das pessoas pelo controle social e a deficiência de atendimento do Ministério Público com as denúncias feitas para apurar os desmandos dos agentes políticos e gestores municipais.
O fato é que não dá mais para entregar, de olhos fechados, o comando do municipio para o prefeito eleito. Como se a responsabilidade de resolver os problemas do município fosse, a partir daquele momento, somente do prefeitão e do vice – gente boa.
Além de uma bela vitória nas urnas, o próximo prefeito de Santa Maria da Vitória precisa ser correto, comprometido e de muita coragem para dizer NÂO aos aproveitadores e adotar as medidas necessárias para tirar o município da estagnação.
Por hoje é só, fico por aqui. Num novo post vamos conversar mais sobre essa tal de política.
Por Maurizan Cruz
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